segunda-feira, novembro 20, 2006

Algo teu

"É só o nada a bater-nos à porta
E a mim importa-me que
estejas a meu lado

Enquanto o medo vai dançando à nossa
volta

É só uma imagem que sonhámos doce imagem
Nada que um dia após o outro reproduza
Mas meu amor
estaremos sempre de passagem
Esquece o que eles dizem sobre
um grande amor

Quem podia mais querer-te como eu
Nada que acredite conseguir mostrar pois é algo teu"


Pluto - "Algo teu"

domingo, novembro 19, 2006

Arrepio

Arrepias-me. Arrepia-me o toque da tua mão quando toca na minha. Arrepia-me a tua presença, a forma como olhas nos meus olhos quando me falas. Arrepias-me sempre que me abraças, que me beijas a testa, os olhos, a pele...Sinto-me testemunha da tua alma, mesmo que não a creias existente. Conheço-te os recantos hoje mais do que ontem e isso também me arrepia. Provoca-me calafrios de medo o facto de saber que não te terei por perto mais uns milhares de segundos, de não te poder sentir a presença, de não te saber aqui comigo. Arrepia-me o teu sorriso, a simplicidade das tuas 'covinhas'. Mas acima de tudo, arrepia-me que me arrepies. Será que te soa estranho?

sábado, outubro 21, 2006

De ti!

Continuo escondida por entre o par de lençóis amarfalhados em comunhão com o corpo. Dou por mim [re]caída sobre a cama, cansadamente desperta. É sempre em noites assim que reactivo o pensamento, que me decoro de razão e que abaulo o coração. Uma e outra vez.
A madrugada carrega ao peito a clarividência. De repente faz sentido... E bem ali, penso, penso mais e repenso. Não, não és como alguém disse antes, o meu maior desafio. És muito mais do que isso. És, sem a mais infima dúvida, o renascer, o despertar de um ser que julgava inexistente.


E cresce todo um desejo que teima em ficar. De te ver. De te ouvir. De te tocar. De ti...

domingo, outubro 15, 2006

Dói"s"-me

Dói-me. Dói-me muito. E não sei onde. Dói-me quando olho para ti, quando te vejo já ao longe, de cigarro encarcerado entre os teus dedos tão monstruosamente pequeninos. Dói-me saber que só te volto a ver quando já for tarde, e quando a dor se cansar de tanto me cansar. Tenho as mãos suadas e o coração a transpirar de tanto dar voltas e revira-voltas. Dava tudo para saber estancar o palmo e meio de rasgo que me fazes na carne, não para o fazer, mas só para saber como actuar em caso de extrema urgência, que de urgência já eu vivo. Dói-me muito, mas não sei onde. Se agora mesmo entrasse nas portas cansadas de um qualquer hospital, ficaria dia e meio para explicar onde e o que me dói. E ainda assim, dia e meio depois, estaria exactamente no mesmo ponto da conversa. Estaria de frente para uma bata branca, curvado de dores, de soro a violar-me o braço e o sangue, e de coração semi-risonho, como uma criança que faz das suas e olha para o lado para que ninguém a veja. "Juro que me dói senhor doutor, juro-lhe." De que vale explicar uma dor a quem nunca a sentiu? A dor que me causas passa os limites de cinco países juntos.Apetece-me beber-te a conta-gotas.
Dói-me. Dói-me muito. E quando me
disseres onde, vai doer-me muito mais.
Bruno Nogueira