domingo, janeiro 25, 2009

Para a Licas

Sei que já é tarde. Que as palavras não se acertarão com o dia, nem com as horas, nem com o primeiro segundo de mais um número 22. E sei, que tão pouco irão condizer com o que, inauditamente, me grita abafado no peito. Ainda assim, impele-me o nó que nos une a fazê-lo.
Penso em ti e, obrigatoriamente, olho para trás. Alguns anos vão já de ternura, carinho, risos e brincadeiras. De jantares, cafés, tardes e noites. De vidas que se acumularam em fotografias, naquele quadro da parede do quarto, e no seio do velho sítio de sempre, onde as mesas falam das histórias de quem lá passou, onde nas jogadas assistidas se arriscaram tantas vidas, desenfreadas. Anos. Anos! Houve tempo para o tudo, e até dele sobrou para o nada. Uma montanha russa cresceu, imponente, bem ali. Para ela houve o espaço, e houve as voltas incontáveis à corda de um relógio que não quisemos parar. Cedemos-lhe um lugar. Uma minúscula porção ficou em ti, o resto em mim. Senti o empolgante, ocasionalmente o assustador. Subi lá no alto, e depois caí. E ao meu lado, sempre tu. Enfim momentos, que hoje me convencem, profundamente, do quão compensadores souberam ser. Por cada lágrima de sal, cada brilho no sorriso, cada disparo de adrenalina. Pela gentil calmia, e pela enorme paixão.
"Nem tudo é como queremos", e não há ninguém que o saiba melhor do que tu. Sempre foste assim. Pequena na gesticulação e no discurso. Gigante no gesto, no afecto, e no falar silenciado. Sempre foste assim. Luta, bravura, fortaleza. Foste coragem, e muita liberdade. Tanta, que ainda te sinto a brisa a rodopiar nos cabelos. Agora, esse passado vê-se ridicularizado na tua memória, disperso num tempo dúbio e incerto, e encurralado no tal canto quase intocável. Mas, juro-te, não nos quantos que, à tua volta, te fazem. És um mundo em muito do que me resta. És-me a vida! Mais que na cabeça, no coração...


Se me orgulhas?
"Every single day"

segunda-feira, dezembro 01, 2008

1 de Dezembro

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Hoje acordei com o pior dos aspectos, e orgulhei-me disso. O choro prolongou-se nas horas, na noite raiou a claridade. Nos olhos a paixão.
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Isto é para eles. A quem nunca vou saber agradecer. A quem nunca conseguirei dar metade do tanto que me dão. A quem sempre fez do meu chão, um piso seguro. Isto é para eles. Aqueles que me sabem apertar o coração, espremer a alma, amarrar-me a razão. Aqueles que sabem tocar, com leveza, as feridas abertas. Aqueles que me provocam, hesitantes, dores; e me acalmam com a mesma pressa. Isto é, e será, para eles. Os que me libertam do nó que trago no peito. Os que jamais me presentearam com desamparo ou ingratidão.

É para eles. Para a pequena mão cheia de gente que me faz, me conhece os cantos, ralha comigo, me critica e me destrói. E me reconstrói… Que me melhora, que me sabe olhar sem rodeios, que me sabe mostrar quem sou. Gente, que me trocou o eixo de rotação, que me trapaceou o sentido do relógio, que me alterou os passos… Gente que, mesmo sem saber, segura o mundo nas mãos.
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Isto sempre foi para todos eles. Por me fazerem mulher. Por me ensinarem a lutar, a erguer toneladas acima dos ombros, a guardar o que de melhor tenho, e a seguir…por me ensinarem a viver.
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Isto é para vocês!
















Para ti Mafalda, que, Clara(mente), vives em mim

Para ti Licas, que me fazes crescer, de nó cego dado contigo
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Para ti Diana, que és, sem dúvida, um canto mais-que-perfeito

Para ti Tozé, a quem as palavras jamais chegarão

Para ti Xapas, que me arrancas a criança da alma

Para ti Magda, por quem a flor da meninice floresce, a cada instante

Para ti Bruno, que me embalas em carinho e me deixas voar, com firmeza, para mundos cor-de-rosa

Para ti Luísa, porque me és essencial, mesmo que o longe nem sempre se faça perto

Para ti Joana, que me tocas o espírito só com o olhar…e tudo cá dentro se eterniza, em brilhos de lua

Para ti Joana, a quem entrego a vida nas mãos, por madrugadas esquecidas, por rios calmos, por gestos acima do poder das nossas letras
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Para ti Sara, que não lerás isto, mas por quem o meu coração bate numa constância arrebatadora
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Para o Rui, o Hugo, e todos os outros que estão nomeados no coração

E para ti, que ainda me marcas e me fazes bem...

sábado, julho 12, 2008

Acabou

Sabes que mais?
I'm not gonna write you a love song...




"Juro!"

quarta-feira, maio 21, 2008

1 2 3

Foram três palavras apenas. Simples. Casuais. Leves. Foram só uma, e outra e mais outra ainda. E isso bastou. Céus, há dias que não acordava como hoje. Há muito tempo que não saía à rua exibindo o sorriso mais parvo do mundo. Fizeste-me falta. Muita.
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-“Gostas não gostas?”
-“Gosto.”

quarta-feira, março 05, 2008

Comforting Sounds




não me fales
não me firas
não me faças
não...


"Nothing is pure anymore but solitude"